A Olimpíada anti-povo que ocorreu no Rio de Janeiro, além de ter sido um fracasso enquanto evento, deixou a cidade ainda mais destruída para os pobres. Para que esse evento ocorresse, milhares de famílias sofreram remoções forçadas; o número de pessoas negras assassinadas pela polícia, que já é muito alto, dobrou; reservas ambientais foram destruídas para a construção de luxuosos shoppings e um campo de golfe – o que levou inclusive uma espécie de borboleta à extinção –, e tudo isso financiado por verba pública. Nas ruas, a guarda municipal, a PM e as milícias privadas da Fecomércio higienizaram a população de rua dos locais onde os gringos estariam. Pessoas foram detidas por filmarem essas ações covardes. Isso só para citar alguns exemplos.
O grande fracasso da Olimpíada não se mostrou apenas pelas arquibancadas vazias e pela opinião pública da população mais pobre fortemente contrária à realização desses jogos. Em todos os dias em que a tocha passou pelas diferentes partes do estado, ela foi apagada. Diversas vezes o Choque foi usado para conter a população e a tocha precisou seguir seu trajeto dentro de um ônibus, ou passou da forma mais rápida possível, ou teve seu trajeto alterado em tentativas frustradas de manterem a ilusória imagem de um evento alegre e pacífico.
Além disso, ações contra esse evento absurdo eclodiram pela cidade, fossem elas propagandas contra os jogos, intervenções artísticas ou atos combativos nas ruas. Tais ações, mesmo as que eram apenas artísticas, foram reprimidas como de costume e as propagandas anti-jogos foram removidas diariamente pela prefeitura. Houve espancamentos, prisões e tortura psicológica de manifestantes, alguns menores de idade. Houve ataques com bombas de gás da polícia até mesmo contra crianças que apenas brincavam nos arredores dos atos. Tudo para que os manifestantes não chegassem perto dos locais onde ocorriam os jogos.
Importante salientar é que todas esses ações foram feitas majoritariamente por indivíduos, coletivos e movimentos independentes. Os partidos políticos da esquerda eleitoreira, que agora vão às ruas pelo fora Temer, em nada contribuíram para a resistência contra esses jogos assassinos tendo, inclusive, abandonado a luta mesmo antes da repressão se intensificar para irem balançar suas bandeiras e entregar seus santinhos para as eleições.
Assim, reforçamos que a luta contra a Olimpíada foi feita pelo povo e pelo movimento independente. Essas foram as únicas pessoas que pareceram se importar com a destruição que esse mega evento trouxe para a vida de todos nós, os de baixo.
Para a grande mídia, tudo ocorreu muito bem e os jogos foram um sucesso. Mas sabemos que a revolução também não será televisionada.
O mais importante é que #NÃOTEVETOCHA.